Quem sou eu

Arnaldo B. T. Martins. Jornalista. Escritor. Poeta. Vencedor do Concurso Literário "Palavras para o Coração" da Litteris Editora do Rio de Janeiro no ano de 2004, 2° Lugar em outro concurso da mesma editora em 2008, atualmente publicando o folheto de cordel "A Peleja dos Pastores de Várias Igrejas Contra o Diabo", pela Editora Luzeiro - SP, e atuando nos Blogs Diário do Dado, Conhecimento de Vida, dentre outros.
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terça-feira, 15 de setembro de 2009

A Peleja dos Pastores de Várias Igrejas contra o diabo

Este Poema foi ANALISADO e APROVADO PARA PUBLICAÇÃO pela Editora Luzeiro em São Paulo, que é a principal referência do Brasil na área das publicações de Literatura de Cordel, no final do mês de Setembro de 2009. Os "Folhetos" publicados pela Editora Luzeiro têm seus Poemas estritamente dentro dos padroões da Literatura de Cordel que seguem, principalmente, as normas da cultura nordestina para este fim. Segundo o Selecionador de Textos, Varneci Nascimento, as poucas sugestões enviadas ao Poeta Pimentense Arnaldo Martins eram normais a todos os iniciantes desta Arte.

Sobre a temática o Selecionador de Textos disse que "é interessante, todavia, complexa, porque mexe com a fé das pessoas e esta, por ser algo de foro muito intimo, e que, portanto, apesar das distorções e enganações que vemos por aí, e tão bem faladas pelo nobre poeta, precisam ser respeitadas. Assim sendo, a publicação conosco poderá ser possível, se aceitar que coloquemos uma nota dizendo que o cordel reflete a sua opinião e não a da editora, visto que, temos também muitos leitores no ramo tanto católico quanto protestante, inclusive dois poetas pastores, e católicos fervorosos publicam suas obras conosco". Para ver a Capa em tamanho grande basta clicar sobre a Imagem.


1
Vou contar para vocês
Uma história interessante
Que ocorreu numa cidade
Quando eu era viajante
Uma história melindrosa
Com desfecho impressionante.

2
Mas primeiro vou dizer,
Que eu sou temente a Deus,
Criador do Universo
E de todos filhos seus
Que eu sou temente a Cristo
Rei de todos os judeus.

3
Sou temente ao Espírito
Que é o Consolador
Creio que o homem existe
Pra louvar seu Criador
E por isto, esses versos,
Eu dedico ao Senhor.

4
E bem como creio em Deus
Também sei que existe o cão
O chifrudo dos infernos
Dito-cujo, cramunhão,
O safado, mequetrefe
Assassino e ladrão.

5
E se Deus quer nosso bem
O diabo quer o mal
Cristo é a humildade
O tinhoso é o tal
Deus almeja o começo
O diabo, o final.

6
Pois, um dia vi um homem,
Quando andava de passagem
Tava todo retorcido
Era feia a imagem
Parecia endoidecido
Ou até uma miragem.

7
Seu aspecto horrendo
Chamou toda atenção
De quem ia pela rua
Ajuntou-se a multidão
Que olhava o tal homem
Com tamanha repulsão.

8
E o homem de joelhos
Tinha os braços para trás
Disse ele: “Cheguei junto
E daqui não saio mais
Vim buscar a alma deste
Porque é de Satanás.”

9
Quando disse essas palavras
O povão se assustou
Um olhando para o outro
Todo mundo ali ficou
Esperando para ver
O que o cão anunciou.

10
E no meio da calçada
Com o povo aglomerado
O cão ria e pulava
Com o homem ajoelhado
Suando ele babava
Porque estava dominado.

11
Entre o povo presente
Eis que surge um pastor
Foi gritando “Sai de retro
Satanás, devorador,
Sai em nome de Jesus
O meu Rei e Salvador.”

12
Nisto o cão silenciou
Como imobilizado
O povo apreensivo
Aguardava admirado
Quando o cão deu um berro
Gargalhando debochado.

13
O pastor, sem entender,
Disse firme no instante
“Te ordeno, Satanás,
Pois não temo o gigante
Volte agora pro inferno
Onde o fogo é dominante.”

14
Levantou-se o diabo
E olhou o pregador
Encarou ele nos olhos,
E falando sem temor
Disse: “Eu só quero ver
Se você é bom pastor.”

15
Se voltando para o povo
Começou a falação:
“Esse aqui diz que é pastor
E que tem a salvação,
Sua alma está no céu
E que ama o seu irmão.

16
Mas ninguém sabe que ele
Prega engodo e mentira
Porque quando chega em casa
Manifesta sua ira
Pra bater na própria esposa
Que de medo inda suspira.

17
Ele fala de amor
Com a igreja lotada
E em casa espanca os filhos
Pois ninguém ali vê nada
Diz que eu sou o ruim
Mas é dele a golpeada.

18
Sei que sou o mentiroso
Mas aqui falo a verdade
Porque nesse pastorzinho
É que habita a maldade
Esse aí, se morrer hoje,
Vai me dar felicidade.”

19
E o povo indignado
Encarava o pastor
Que ficou atordoado
Por ouvir do acusador
Toda essência da verdade
Que escondia com terror.

20
O pastor, envergonhado
Não sabia o que falar
Deu as costas e saiu
E partiu pra não voltar
Foi pregar noutra cidade
Sua arte de enganar.

AS OUTRAS 130 ESTROFES DESTE POEMA SERÃO PUBLICADAS EM BREVE PELA EDITORA D'PRESS. AGUARDEM!!!